Eduardo era músico, tinha 17 anos, era fã de
Engenheiros do Hawaii, U2 e Nirvana, assim como eu. Eduardo era lindo, moreno,
1 metro e 80 de altura e dreads no cabelo. Eduardo me encantou, encheu meu
mundo de cor, de amor e de poesia. Ele me fazia escrever todo dia. Eduardo
dizia que eu era a garota mais linda que ele já viu, me beijava, me amava, me
chamava de sua. Ahhhh, Eduardo!
Eduardo me jogava na cama, fazia amor comigo a noite
toda e depois cantava uma canção do Caetano pra me fazer sorrir. Ele gostava de
praia e me levava todo final de semana, mesmo eu não gostando tanto assim.
Eduardo me ensinou a nadar, falava coisas bonitas sobre o céu e o mar. Eduardo
era incrível!
Eduardo sabia fazer de tudo e eu me sentia como se
não soubesse fazer nada. A única coisa que Eduardo não sabia era transformar
sentimento em poesia e isso eu sempre soube muito bem. E ele me lia. Ahhhh como
me lia... Ele me lia de cima a baixo, de ponta cabeça, na ponta dos pés.
Eduardo me amava!
Eduardo me presenteava todo mês na mesma data, a
data do nosso namoro, e junto do presente sempre havia uma rosa vermelha
e um cartão. Ele causava inveja a muito gente. Todos os caras detestavam Eduardo
e todas as garotas queriam ter seu coração. Ele me dizia sempre que nenhuma
delas jamais o levaria de mim. Prometia ser pra sempre meu e me beijava,
beijava... Ahhh, como beijava!
Até que um dia Eduardo foi. Foi embora! E levou
junto meu coração. Foi sem dizer adeus. Eduardo me traiu da pior maneira
possível, não por causa da fulaninha com quem ele foi, mas por culpa do Eduardo
eu passei muito tempo sem ouvir minhas bandas favoritas, sem ouvir a voz do
Caetano cantando aquela canção. Eu passei a odiar rosas vermelhas e pessoas que
dão cartões. Eduardo foi cruel! Fiquei muito tempo sem escrever sobre o amor e
ia à praia todo dia pra ver se eu o encontrava e o afogava e matava de vez esse
amor. Foi tanto ódio que eu achei que eu é quem morreria, mas um dia passou.
Tudo passou! Eu matei Eduardo!
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